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Mais outra manisfestação agendada para breve


Fotos e Textos: Carlos Morgadinho

A situação sociopolítico em Portugal parece estar, de dia para dia, a deteriorar-se depois duma série de manifestações e greves tendo a última, no passado dia 14, sido convocada por um dos maiores sindicatos, a CGTP,  com grande impacto no nosso território, paralisando a vida da nação por 24 horas, com a imobilização não só dos transportes públicos mas também incluiu aeroportos, tribunais, autarquias, correios, escolas, recolha de lixo, hospitais, serviços de saúde e todos os sectores, ou quase todos, do comércio e indústria, mobilizando  dezenas de milhares de trabalhadores que se juntaram nas ruas para se manifestar contra a política de austeridade legislada pelo governo do partido PSD liderado pelo Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, apoiado por Paulo Portas do CDS/PP.

Como se sabe o nosso governo actua em sintonia com as exigências e controlo impostas pelos credores, a chamada  Troika, que é formada por três elementos -  o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, ou FMI, que tem vindo a emprestar dinheiro a Portugal resultado da má gestão e inaptidão dos sucessivos governos do após 25 de Abril que deixou o país exausto, economicamente falando, e à beira  da bancarrota.

São às dezenas as firmas encerram as portas diariamente atirando para a rua os seus trabalhadores. O número oficial de desempregados é cifrado na casa dos 650 mil (15% per cento) embora hajam números que apontam entre os 18 e os 22%. Esta, ou estas percentagens é, na minha opinião, bastante alta para uma população de apenas dez milhões de habitantes e com pouco menos de metade dela na força laboral...

Muito se pergunta, nestes últimos tempos, até onde vão as medidas de austeridade impostas pelo nosso governo, os cortes no apoio social, o aumento sistemático dos impostos e a subida vertiginosa do desemprego, neste caso  diminuindo as receitas do Estado, numa equação simples - Menos descontos, menos dinheiro nos cofres do Estado, mais impostos para compensar - e assim entra-se num ciclo vicioso com o aumento do custo de vida, mais desempregados e a degradação do sistema social, saúde e educação.

Agora recentemente chegou-me a noticia que os estudantes universitários de Lisboa tinham convocado uma manifestação nacional para o próximo dia 22, na capital do país, em sinal de protesto contra os cortes no financiamento do Ensino Superior e dos apoios sociais, como bolsas de estudo e o passe nos transportes públicos.

Esta manifestação é organizada por diversas associações estudantis das quais destacamos o Instituto Universitário de Lisboa, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território.

Vamos a ver o que acontecerá com mais esta manifestação. A  do passado dia 14, da CGTP, trouxe pancadaria defronte da Assembleia da República, feridos e prisões. Espero que a próxima não seja toldada com o mesmo tipo de  acontecimentos pois não é à pancada, destruição e agressão mutua que se resolve a situação pelo contrário, violência traz violência como resposta.

Agora esta, que penso não ser menos importante, ou para ser menosprezada, e o amigo  leitor não a poderá ignorar -   um dos grandes factores que deitou abaixo a ditadura de António Oliveira Salazar, foram as manifestações estudantis da época, em Lisboa, Coimbra e Porto. Foi nas universidades e Institutos técnicos que se "cozinhou" as muitas revoluções populares contra a ditadura vigente e contra a Guerra do Ultramar. A maioria desses estudantes foi chamada para cumprir o serviço  militar e serem de seguida enviados para a luta no continente africano. Foram esses jovens, ex-estudantes, então nas forças armadas, como sargentos e oficiais milicianos, a espinha dorsal das nossa Forças Armadas de então, os primeiros a dar apoio ao MFA nas vésperas da Revolução.

O resto da história contemporânea está quase destapada só faltando apenas algumas páginas para descortinarmos o futuro que está bem enevoado, tal como no tempos de D. Sebastião, O Desejado.

Para terminar esta minha crónica poderá, se o leitor tiver interesse,  ler o recente discurso, ou as "profecias", do Coronel Vasco Correia Lourenço, um dos líderes da Revolução dos Cravos.

" God Save Portugal".

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